Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids, além de outras infecções sexualmente transmissíveis.

A campanha, assim como ocorre com Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul, chama a atenção para a prevenção. No caso, o dezembro vermelho oferece assistência às pessoas infectadas com o HIV.

A campanha Dezembro Vermelho de 2021 tem como lema “Diga não ao preconceito.” Previna-se! Faça o teste! O HIV tem tratamento, e a Aids pode ser evitada. O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi comemorado no dia 1º.

Estima-se que 920 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil,  de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, cerca de 89% foram diagnosticadas, e aproximadamente 77% estão em tratamento.

No Brasil, o primeiro caso de infecção por HIV ocorreu em 1980, sendo classificado como Aids dois anos mais tarde. Pois é: HIV é uma coisa, a Aids é outra.

O acesso crescente aos meios de prevenção, diagnóstico e tratamento tornaram a infecção uma condição crônica de saúde. Isso permite que, mesmo portadoras do vírus, as pessoas não desenvolvam a doença Aids.

HIV ou Aids? Qual é a diferença?

HIV e Aids não são sinônimos. HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids, que ataca células específicas do sistema imunológico (os linfócitos T-CD4+), responsáveis por defender o organismo contra doenças.

Ao contrário de outros vírus, como o da gripe, o corpo humano não consegue se livrar do HIV. Porém, ter HIV não significa que a pessoa desenvolverá Aids.

O lado negativo é: uma vez infectada, a pessoa viverá com o HIV durante toda sua vida. Não existe vacina ou cura para infecção pelo HIV, mas há tratamento.

Já a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é a doença causada pelo HIV.

Num estágio avançado da infecção pelo HIV, a pessoa pode apresentar diversos sinais e sintomas, além de infecções oportunistas (pneumonias atípicas, infecções fúngicas e parasitárias) e alguns tipos de câncer.

Sem o tratamento antirretroviral, o HIV usa essas células do sistema imunológico para replicar outros vírus e as destroem, tornando o organismo incapaz de lutar contra outras infecções e doenças.

Como ocorre a transmissão?

Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus às outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas.

Também pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e até na amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.

Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Gestação e Amamentação

A transmissão vertical do HIV ocorre através da passagem do vírus da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação.

Durante o pré-natal, a gestante deve fazer o exame de sangue que detecta doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV.

Ministério da Saúde recomenda que o teste seja feito já na primeira consulta e no terceiro trimestre da gravidez.

O diagnóstico também pode ser feito durante o parto, mas isso só deve ocorrer em casos extremos, quando a mulher não teve acesso ao pré-natal.

Para evitar a transmissão durante a gravidez e parto, a gestante deve dar início ao tratamento com medicamentos antirretrovirais indicados pelo médico. Os remédios são ingeridos diariamente e combatem o vírus.

Infelizmente, não é possível eliminá-lo totalmente do organismo e curar a doença. Mas sua quantidade pode ser reduzida a ponto de não prejudicar o funcionamento do sistema imunológico.

Quando isso acontece, o paciente chegou à “carga indetectável” — o que também significa que as chances de transmissão do HIV são muito menores.

A mulher soropositiva (portadora do HIV), que não recebe o tratamento adequado durante a gestação, tem 25% de chance de transmitir o vírus durante a gravidez ou parto.

Quando ela segue as recomendações médicas e faz o tratamento através de remédios, as chances caem para menos de 1%, segundo o Ministério da Saúde. Dessa maneira, uma mãe com HIV pode gerar filhos que nascem sem o vírus.

Após o parto, a gestante irá continuar com o tratamento antirretroviral. Como o HIV não tem cura, ela deverá tomar os remédios diariamente para o resto da vida.

Já o bebê será testado para detectar a presença do vírus e será medicado por um período após o nascimento – provavelmente durante cerca de quatro semanas.

A amamentação não é recomendada neste caso, pois o vírus pode ser transmitido pelo leite materno, mas o médico que acompanha a mãe será o responsável por indicar qual a melhor forma de alimentar o bebê.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser realizado a partir de exames de sangue e de testes rápidos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Muitas vezes, as pessoas, por medo e preconceito, não procuram as unidades de saúde para fazer o teste de detecção da doença.

Hoje em dia é possível ter qualidade de vida vivendo com o HIV. Para isso, a rede pública oferece tratamento, diagnóstico e medicamentos para controle da doença.

Tratamento

Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico.

Esses medicamentos (coquetel) impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitam, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça.

Pessoas com HIV que realizam o tratamento e apresentam resultado indetectável (intransmissível) nos exames há pelo menos seis meses não transmitem mais o vírus por via sexual.

Infecções Sexualmente Transmissíveis

O termo Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotado em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele na íntegra com secreções corporais contaminadas.

As principais IST são Herpes genital, Cancro mole (cancróide), HPV, Doença Inflamatória Pélvica (DIP),  Donovanose, Gonorreia, infecção por Clamídia, Linfogranuloma venéreo (LGV), Sífilis,  Infecção pelo HTLV e Tricomoníase.

Prevenção da Aids/HIV e das IST

O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.

Além disso, no caso da Aids, a utilização de seringas e agulhas descartáveis, o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão, também evitam a infecção.

Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus.

Quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde, ganha muito em qualidade de vida.

Tuboaços da Amazônia apoia o “dezembro vermelho” e todas as medidas recomendadas para vencer o HIV. Previna-se!

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